terça-feira, 3 de novembro de 2009

Apresentação

É com grande alegria que apresentamos o blog Cinesiologia Central formado por estudantes do curso de fisioterapia da facudade Fateci, o nosso mais novo meio de comunicação e principalmente interação entre alunos e professores.
A iniciativa do blog é registrar as atividades que serão desenvolvidas ao longo do curso, será  importante a participação de todos por meio de comentários, observações, opiniões e sugestões.


Orientadora: Professora Raysa Oliveira Mitre Braga



Alunos:
  •  Ádila
  • Delânia
  • Elane
  • Georgina
  • Helane

CINESIOLOGIA


A cinesiologia pode ser conceituada como sendo a ciência que estuda o movimento humano. Busca compreender as forças que agem sobre o corpo humano de modo a manipulá-las para que a ação humana possa ser melhorada, ou para evitar possíveis lesões (LEHMKUHL & SMITH, 1987). A cinesiologia, verdadeira ciência do movimento humano ,surgiu a partir da combinação de teorias e princípios de várias disciplinas que estudam o ser humano, entre as quais podemos destacar a anatomia, a fisiologia, a psicologia, a antropologia e a mecânica.

A História e o Desenvolvimento da Cinesiologia




Segundo Lehmkuhl e Smith (1987) a cinesiologia surgiu e desenvolveu-se a partir da fascinação dos seres humanos pelo comportamento motor animal. Questões levantadas pelos estudiosos tais como a maneira pela qual o homem anda, ou ainda como nada um peixe, como um pássaro voa ou até quais são os limites da força muscular, levaram o homem a criar e desenvolver a ciência do movimento humano, desde já chamada de cinesiologia. Esta relação homem-mundo animal observada nas origens da cinesiologia demonstra sua íntima relação com outra disciplina que faz referências ao homem e seu comportamento no meio animal: a antropologia. Aristóteles (384-322, a.C), que é considerado o "pai da cinesiologia", realizou seus estudos baseado em observações práticas dos animais em seu ambiente natural. Destas observações foram retirados conceitos que descreviam a ação dos músculos, sendo que nesta descrição os músculos estavam submetidos auma análise geométrica (RASCH & BURKE, 1977). Posteriormente surgiu Arquimedes (287-212 a.C) e os seus princípios hidrostáticos que explicam a maneira pelo qual os corpos flutuam; tais princípios são ainda hoje a fundamentação teórica na qual se baseiam os estudiosos da cinesiologia da natação, e entre as suas considerações observam-se descrições a respeito das leis das alavancas e do centro de gravidade. Galeno (131-202 d.C), apesar de pouco conhecido, foi quem deu o "ponta-pé" inicial para o entendimento dos movimentos humanos como resultado da contração dos músculos, o que pode-se considerar como uma descoberta magnífica para a evolução da cinesiologia. Infelizmente depois de seus estudos ocorreu um período de estabilização no processo de desenvolvimento da cinesiologia, período este que durou mais de 1000 anos e que se encerrou somente quando Leonardo da Vinci (1452-1519) realizou novos estudos a respeito do corpo humano. Sobre estes estudos RASCH & BURKE (1977) nos fala que:









(...) "Da Vinci era particularmente interessado na estrutura do corpo humano em relação com o movimento e na relação existente entre o centro de gravidade, o equilíbrio e o centro de resistência. Descreveu a mecânica do corpo na atitude ereta, a marcha na descida e na subida, no erguer-se de uma posição sentada, e no salto" (...) (p.2).
Por este pequeno trecho de palavras podemos observar a importância que Da Vinci trouxe para a evolução da cinesiologia, uma vez que foi ele o primeiro a registrar dados científicos na marcha humana assim como também demonstrou o comportamento dos músculos durante o movimento, observando a ação e interação progressiva de vários músculos para que um movimento fosse realizado. Posteriormente a Da Vinci surge Galileu Galilei (1564-1463) com suas idéias "revolucionárias" cujos princípios consistiam na observação do movimento humano sob uma base de conceitos matemáticos preestabelecidos, onde descrevia, por exemplo, as correlações aceleração-peso do corpo e espaço-tempo-velocidade como elementos importantes no estudo do movimento humano; foi a partir de seu trabalho que a cinesiologia foi impulsionada para ser reconhecida como uma ciência propriamente dita. Após Galileu outros estudiosos também se destacaram no estudo do movimento humano, tais como Alfonso Borelli (1608-1679), Giorgio Baglivi (1668-1706), Niels Stensen (1648-1686) e Nicolas Andry (1658-1742), mas foi com Isaac Newton (1642-1727) que, indiretamente, a cinesiologia recebeu uma grande contribuição para avançar e chegar no estágio em que se encontra atualmente. Com a publicação das três leis de repouso e movimento ( lei da inércia, lei do movimento e lei da interação ) pôde-se estudar o movimento observando suas alterações perante uma força que o influenciava. Esta interferência de grandezas físicas sobre o movimento humano demonstra mais uma relação da cinesiologia com outra disciplina, sendo que agora a relação observada é entre a cinesiologia e a mecânica.


Ainda no século XVIII John Hunter (1728-1793) reuniu todas as observações sobre a estrutura e a potência dos músculos, porém uma coisa que ainda intrigava os estudiosos era quanto ao estímulo da contração muscular, o que foi desvendado por Guillaume Benjamin Amand Duchenne (1806-1875) em sua obra physiologie des mouvements, onde descrevia a resposta muscular como produto de uma estimulação elétrica; foi neste período que a cinesiologia começou a ter uma relação mais próxima com a fisiologia, uma vez que foi com o estudo da eletricidade animal que o mundo fisiológico passou a apresentar maior interesse pelo movimento humano e os músculos que o geravam. Esta correlação cinesiologia-fisiologia dura até os dias atuais e contribui amplamente para o desenvolvimento de ambas as disciplinas.







Os primeiros anos do século XX contribuíram ainda mais para estreitar a relação entre a cinesiologia e a fisiologia. Wilhelm Roux (1850-1924) desenvolveu estudos afirmando que a hipertrofia muscular evolui em um grau maior quanto mais o músculo for forçado a trabalhar, enquanto que John Hughlings Jackson (1834-1911) estabeleceu a relação do movimento muscular com o cérebro, e mais especificamente com o córtex motor. Esta relação sistema muscular-sistema nervoso serviu como base para que Henry Pickering Bowditch (1814-1911) demonstrasse o princípio da contração do "tudo ou nada", o qual foi de fundamental importância para a compreensão dos eventos cinéticos do corpo humano (RASCH & BURKE, 1977).


Mais recentemente a cinesiologia passou a apresentar ume relação com outra disciplina que estuda o ser humano: a psicologia. Nesta relação o interesse de ambas é quanto ao estudo das reciprocidades do movimento humano considerando fatores como a motivação, a comunicação cultural, a personalidade, a socialização, a criatividade, a expressão estética etc. Com este estudo busca-se dotar o movimento humano de um significado próprio que o represente perante uma sociedade ou cultura, e que ligue o homem ao mundo que o rodeia (ambiente).


O leitor mais atento pode estar se perguntando sobre a relação cinesiologia-anatomia que não apareceu no presente texto. Na verdade tal relação apareceu, porém, de forma implícita, uma vez que quando citamos elementos como os músculos, fibras nervosas, cérebro, córtex motor etc., e os relacionamos com o movimento humano propriamente dito, estamos fazendo uma relação entre alguns componentes do organismo humano e os movimentos por eles proporcionados, o que nada mais é do que esta relação cinesiologia-anatomia existente. Através destas relações da cinesiologia com outras disciplinas é que nós buscamos mostrar a sua evolução desde a sua origem até os estudos mais recentes, buscando sempre destacar alguns autores que construíram esta história ao longo do tempo e que contribuíram com uma parcela significativa para o desenvolvimento desta ciência do movimento humano.


Referências bibliográficas:


1) LEHMKUHL, Don L., SMITH Laura K. Cinesiologia clínica.4ed. São Paulo: Manole, 1987. 466p.


2) RASCH, Philip J., BURKE, Roger K. Cinesiologia e anatomia aplicada.


Terminologia dos Movimentos



A posição anatômica é uma convenção adotada em anatomia para descrever as posições espaciais dos órgãos, ossos e demais componentes do corpo humano. Na posição anatômica, o corpo estudado deve ficar ereto (de pé), calcanhares unidos, com os olhos voltados para o horizonte, os pés também apontados para frente e perpendiculares ao restante do corpo, braços estendidos e aplicados ao tronco e com as palmas das mãos voltadas para frente (os dedos estendidos e unidos).


Na posição anatômica, o corpo é referenciado de acordo com três planos mutuamente ortogonais:




O Plano Sagital, divide o corpo simetricamente em partes direita e esquerda.

As ações articulares ocorrem em torno de um eixo horizontal ou transversal e incluem

os movimentos de flexão e extensão.

O Plano Coronal ou Frontal, divide o corpo em partes anterior (ventral) e posterior (dorsal). As ações articulares ocorrem em torno de um eixo ântero-posterior (AP) e incluem a abdução e a adução.

O Plano Transversal ou Horizontal divide o corpo em partes superior (cranial) e inferior (caudal). As ações articulares ocorrem em torno de um eixo longitudinal ou vertical e incluem a rotação medial – lateral e pronação – supinação.

Os termos que descrevem os movimento podem ser usados para várias articulações em todo o corpo, sendo que alguns termos são específicos para certas regiões, mas sempre respeitando a posição anatômica.



Flexão: o segmento corporal se move no plano antero-posterior com a face anterior ou posterior se aproximando do segmento adjacente. É um movimento no plano sagital, em que dois segmentos do corpo (proximal e distal) aproximam-se um do outro,ou seja,curvatura ou diminuição do ângulo entre os ossos ou partes do corpo.



Extensão: movimento no plano sagital, em que dois segmentos do corpo (proximal edistal) afastam-se um do outro. o contrário da flexão de uma posição fletida volta para a anatômica

Hiperextensão: é a continuação da extensão, além da posição anatômica.



ABDUÇÃO :É um movimento do segmento corporal afastando-se da linha mediana, Independentemente de qual o segmento que se move. Movimento no plano frontal, quando um segmento move-se para longe da linha central (média) do corpo.



ADUÇÃO :É uma posição ou movimento aproximando-se da linha mediana. Movimento no plano frontal, a partir de uma posição de abdução de volta à posição anatômica, podendo até Ultrapassa-la – Adução além da linha média.






CIRCUNDAÇÃO: A combinação de todos esses movimentos,em que a parte da extremidade faz um grande círculo no ar, enquanto as partes próximas à extremidade proximal fazem um círculo pequeno. movimento circular de um membro que descreve um cone, combinando os movimentos de flexão, extensão, abdução e adução.


Rotação Medial: traz a face anterior de um membro para mais perto do plano mediano.


Rotação Lateral: leva a face anterior para longe do plano mediano.

Retrusão: movimento de retração (para trás) como ocorre na retrusão da mandíbula e no ombro.

Protrusão: movimento dianteiro (para frente) como ocorre na protrusão da mandíbula e no ombro.

Oclusão: movimento em que ocorre o contato da arcada dentário superior com a arcada dentária inferior.

Abertura: movimento em que ocorre o afastamento dos dentes no sentido súpero-inferior.

Rotação Inferior da Escápula: movimento em torno de um eixo sagital no qual o ângulo inferior da escápula move-se medialmente e a cavidade glenóide move-se caudalmente.


* Rotação Superior da Escápula: movimento em torno de um eixo sagital no qual o ângulo inferior da escápula move-se lateralmente e a cavidade glenóide move-se cranialmente.

* Elevação: elevar ou mover uma parte para cima, como elevar os ombros.

* Abaixamento: abaixar ou mover uma parte para baixo, como baixar os ombros.



* Retroversão: posição da pelve na qual o plano vertical através das espinhas ântero-superiores é posterior ao plano vertical através da sínfise púbica.



* Anteroversão: posição da pelve na qual o plano vertical através das espinhas ântero-superiores é anterior ao plano vertical através da sínfise púbica.


* Pronação: movimento do antebraço e mão que gira o rádio medialmente em torno de seu eixo longitudinal de modo que a palma da mão olha posteriormente. e no ombro.




Supinação: movimento do antebraço e mão que gira o rádio lateralmente em torno de seu eixo longitudinal de modo que a palma da mão olha anteriormente. e no ombro.


* Inversão: movimento da sola do pé em direção ao plano mediano. Quando o pé está totalmente invertido, ele também está plantifletido.

Eversão: movimento da sola do pé para longe do plano mediano. Quando o pé está totalmente evertido, ele também está dorsifletido.


Dorsi-flexão (flexão dorsal): movimento de flexão na articulação do tornozelo, como acontece quando se caminha morro acima ou se levantam os dedos do solo.




Planti-flexão (flexão plantar): dobra o pé ou dedos em direção à face plantar, quando se fica em pé na ponta dos dedos




Termos de Relação:


* Anterior / Ventral / Frontal: na direção da frente do corpo.

*Posterior / Dorsal: na direção das costas (traseiro)

*Inferior / Caudal: na direção da parte inferior do corpo.

*Superior / Cranial: na direção da parte superior do corpo.

  Medial: na direção do plano sagital mediano.

* Lateral: mais afastado do plano sagital mediano.

* Mediano: exatamente sobre o eixo sagital mediano.

* Intermédio: entre medial e lateral. ,

* Médio: estrutura ou órgão interposto entre um superior e um inferior ou entre anterior e posterior




Termos de Comparação:


* Proximal: próximo da raiz do membro. Na direção do tronco.

* Distal: afastado da raiz do membro. Longe do tronco, ou do ponto de inserção.

* Superficial: significa mais perto da superfície do corpo.

* Profundo: significa mais afastado da superfície do corpo.

* Homolateral / Ipsilateral: do mesmo lado do corpo ou de outra estrutura.

* Contralateral: do lado oposto do corpo ou de outra estrutura.

Vídeos:
Movimentos do corpo humano

Sistema Esquelético - Ossos


O osso é considerado o mais rígido dos tecidos conjuntivos do corpo.É composto de matriz que contém muitos minerais.Em geral,a superfície externa do osso é denominada cortical e é ligeramente mais forte do que a porção esponjosa ou interna do osso.


O osso é um tecido orgânico que muda constantemente e que desempenha várias funções. O esqueleto é o conjunto de todos os ossos do corpo. O sistema musculo esquelético é formado pelo esqueleto, pelos músculos, tendões, ligamentos e outros componentes das articulações. O esqueleto provê força, estabilidade e uma base de sustentação para que os músculos trabalhem e produzam o movimento.Os ossos também servem de escudos para proteger os delicados órgãos internos.
 



Os ossos possuem duas formas principais: plana (como as placas do crânio e as vértebras) e longa (como os ossos das pernas e dos braços). Entretanto, a sua estrutura interna é basicamente a mesma. A parte rígida externa é composta, em sua maioria, por proteínas como o colágeno, e por uma substância denominada hidroxiapatita. Composta principalmente de cálcio e outros minerais, a hidroxiapatita armazena grande parte do cálcio do corpo e é, em grande parte, responsável pela resistência dos ossos. A medula óssea localizada no centro de cada osso é mais mole e menos densa que o restante do osso e contém células especializadas que produzem células sangüíneas.




Ossos de forma plana:


-Placas do crânio:



 




- As vértebras:

 

Ossos de forma longa:

- Ossos das pernas e dos braços:



  




Vasos sangüíneos passam através dos ossos e nervos os circundam. As articulações representam o ponto de união de um ou mais ossos e a sua configuração determina o grau e a direção do possível movimento. Algumas articulações, como aquelas que se encontram entre os ossos planos do crânio (denominadas suturas) não apresentam movimento. Outras permitem uma amplitude de movimento. Por exemplo, a articulação do ombro, a qual é do tipo “bola e soquete”, permite a rotação interna e a rotação externa, além dos movimentos do membro superior para frente, para trás e para os lados.


As articulações do tipo dobradiça (gínglimos) dos cotovelos e dedos das mãos e dos pés permitem apenas os movimentos de flexão e extensão.




 
Cotovelo:









Dedos das mãos:  
 

Dedos dos pés:



   




Outros componentes das articulações proporcionam estabilidade e reduzem o risco de lesões resultantes do uso constante. As extremidades de uma articulação são recobertas por cartilagem – um tecido liso, resistente e protetor que atua como amortecedor de choques e redutor do atrito. As articulações também possuem um revestimento (membrana sinovial) que as envolve, formando uma cápsula articular. As células do tecido sinovial produzem um líquido transparente (líquido sinovial) que preenche a cápsula, reduzindo ainda mais o atrito e facilitando o movimento.

 



Os músculos são feixes de fibras que apresentam a propriedade de contração:
 

Os músculos esqueléticos, responsáveis pela postura e pelos movimentos, estão unidos aos ossos e dispostos em grupos opostos em torno das articulações. Por exemplo, os músculos que flexionam o cotovelo (bíceps braquial) sofrem a oposição de músculos que estendem o cotovelo (tríceps braquial). Os tendões são cordões resistentes de tecido conjuntivo que inserem cada extremidade de um músculo ao osso. Os ligamentos são tecidos semelhantes aos tendões que circundam as articulações e conectam um osso a outro. Os ligamentos ajudam no reforço e estabilização das articulações, permitindo os movimentos somente em determinadas direções.

As bursas são sacos repletos de líquido que provêem um amortecimento extra, geralmente entre estruturas adjacentes, as quais, de outra forma, poderiam produzir atrito entre si e, conseqüentemente, acarretar desgaste e laceração, por exemplo, entre um osso e um ligamento. Os componentes de uma articulação trabalham em conjunto para facilitar um movimento equilibrado e que não cause dano. Por exemplo, quando o joelho é flexionado para montar um degrau, os músculos posteriores da coxa contraem-se e encurtam, tracionando a perna para trás e flexionando o joelho.


Ao mesmo tempo, o músculo quadríceps femoral, localizado na parte anterior da coxa relaxa, permitindo a flexão do joelho. No interior da articulação do joelho, a cartilagem e o líquido sinovial minimizam o atrito. Cinco ligamentos em torno da articulação ajudam a manter os ossos alinhados adequadamente. As bursas servem como amortecedores entre estruturas como, por exemplo, a tíbia e o tendão que se insere na patela (tendão patelar).
 


Distúrbios Musculo esqueléticos
 

Dentro do Joelho:

A estrutura do joelho garante sua proteção. Ele encontra-se totalmente envolvido por uma cápsula articular flexível o suficiente para permitir os movimentos, mas também forte o suficiente para manter a articulação unida.

A cápsula é revestida pelo tecido sinovial, o qual secreta o líquido sinovial que lubrifica a articulação. A cartilagem resistente ao uso e que reveste as extremidades do fêmur (osso da coxa) e da tíbia (osso da perna) ajuda a reduzir o atrito durante os movimentos.

Coxins cartilaginosos (meniscos) atuam como amortecedores entre os dois ossos e ajudam a distribuir o peso do corpo na articulação. As bursas (bolsas repletas de líquido) fornecem proteção quando a pele ou os tendões movem-se sobre os ossos. Os ligamentos laterais e posteriores do joelho reforçam a cápsula articular, aumentando a estabilidade. A patela (rótula) protege a parte frontal da articulação.
Os distúrbios do sistema musculoesquelético são causas importantes de dor crônica e de incapacidade física. Embora os componentes desse sistema possam apresentar um bom desempenho com o uso, eles podem sofrer desgaste, lesões ou inflamações. As lesões ósseas, musculares e articulares são muito freqüentes e com gravidade variável, desde um estiramento muscular leve a uma distensão ligamentar, de uma luxação articular a uma fratura. Embora essas lesões geralmente sejam dolorosas e possam acarretar complicações a longo prazo, quase todas curam completamente.
A inflamação é uma resposta natural à irritação ou à lesão tissular. Ela produz aumento de volume, rubor, calor e limitação funcional. A inflamação de uma articulação é denominada artrite e a de um tendão é denominada tendinite. A inflamação pode ser limitada a uma pequena área do corpo (localizada), como apenas em uma articulação ou em um tendão lesado, ou pode ser disseminada, como ocorre em determinadas doenças inflamatórias (p.ex., artrite reumatóide).
A inflamação pode tornar-se crônica e persistente, algumas vezes em decorrência do movimento contínuo e de sobrecargas mecânicas e, outras vezes, por causa de reações imunes, infecções ou depósitos de materiais anormais. Infecções de ossos e articulações podem fazer o indivíduo ficar inválido. O tratamento imediato pode impedir danos permanentes às articulações. Tumores benignos e cânceres às vezes têm origem nos ossos, e às vezes alastram-se até os ossos a partir de outros locais do corpo. Desequilíbrios metabólicos ou hormonais também podem afetar os ossos e as articulações.
Um exemplo é a osteoporose, uma rarefação dos ossos resultante da perda excessiva de minerais nos ossos. Outro exemplo é a gota, em que cristais formam-se nas articulações de indivíduos suscetíveis, que apresentam um nível anormalmente elevado de ácido úrico no sangue. Os exames laboratoriais podem fornecer informações úteis relativas a alguns distúrbios musculoesqueléticos, mas essas informações em geral não são suficientes para o diagnóstico. Radiografias são efetuadas para avaliar áreas de dor óssea, porque freqüentemente esse procedimento detecta fraturas, tumores, lesões, infecções e deformidades.
Tomografia computadorizada (TC) e imagens por ressonância magnética (IRM) podem ser solicitadas para a determinação da extensão e da localização exata de uma lesão. A imagem por ressonância magnética é especialmente válida para a obtenção de imagens de tecidos como músculos, ligamentos e tendões. Uma amostra de líquido articular pode ser examinada para identificar as bactérias causadoras de uma infecção ou para examinar os cristais que confirmam um diagnóstico de gota ou pseudogota.
O médico remove o líquido através de uma agulha – um procedimento geralmente rápido, fácil e quase indolor, efetuado no consultório. O tratamento depende do tipo de distúrbio musculoesquelético. Freqüentemente as lesões são tratadas com repouso, compressas quentes ou frias, analgésicos e imobilização com talas ou bandagens. Doenças que afetam simultaneamente várias articulações são em geral tratadas com drogas para reduzir a inflamação e suprimir a resposta imunológica do organismo; contudo as articulações mais cronicamente lesadas não podem ser curadas apenas por drogas.
Algumas articulações gravemente lesadas podem ser substituídas por juntas artificiais.Com freqüência, o tratamento exige os esforços combinados de médicos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.


Estrutura e classificação das articulações:








  
SISTEMA ARTICULAR
Articulação ou juntura é a conexão entre duas ou mais peças esqueléticas (ossos ou cartilagens). Essas uniões não só colocam as peças do esqueleto em contato, como também permitem que o crescimento ósseo ocorra e que certas partes do esqueleto mudem de forma durante o parto. Além disto, capacitam que partes do corpo se movimentem em resposta a contração muscular.
Embora apresentem consideráveis variações entre elas, as articulações possuem certos aspectos estruturais e funcionais em comum que permitem classificá-las em três grandes grupos: fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. O critério para esta divisão é o da natureza do elemento que se interpõe às peças que se articulam.

Articulações fibrosas:
As articulações nas quais o elemento que se interpõe às peças que se articulam é o tecido conjuntivo fibroso são ditas fibrosas (ou sinartroses). O grau de mobilidade delas, sempre pequeno, depende do comprimento das fibras interpostas. Existem três tipos de articulações fibrosas: sutura, sindesmose e gonfose.
As suturas, que são encontradas somente entre os ossos do crânio, são formadas por várias camadas fibrosas, sendo a união suficientemente íntima de modo a limitar intensamente os movimentos, embora confiram uma certa elasticidade ao crânio. A maneira pela qual as bordas dos ossos articulados entram em contato é variável, reconhecendo-se suturas planas (união linear retilínea ou aproximadamente retilínea), suturas escamosas (união em bisel) e suturas serreadas (união em linha “denteada”). No crânio, a articulação entre os ossos nasais é uma sutura plana; entre os parietais, sutura denteada; entre o parietal e o temporal, escamosa.




No crânio do feto e recém-nascido, onde a ossificação ainda é incompleta, a quantidade de tecido conjuntivo fibroso interposto é muito maior, explicando a grande separação entre os ossos e uma maior mobilidade. Estas áreas fibrosas são denominadas fontículos (ou fontanelas). São elas que permitem, no momento do parto, uma redução bastante apreciável do volume da cabeça fetal pela sobreposição dos ossos do crânio. Esta redução de volume facilita a expulsão do feto para o meio exterior.




Na idade avançada pode ocorrer ossificação do tecido interposto (sinostose), fazendo com que as suturas, pouco a pouco, desapareçam e, com elas, a elasticidade do crânio.
Nas sindesmoses os ossos estão unidos por uma faixa de tecido fibroso, relativamente longa, formando ou um ligamento interósseo ou uma membrana interóssea, nos casos, respectivamente de menor ou maior comprimento das fibras, o que condiciona um menor ou maior grau de movimentação. Exemplos típicos são a sindesmose tíbio-fibular e a membrana interóssea radio-ulnar.
Gonfose é a articulação específica entre os dentes e seus receptáculos, os alvéolos dentários. O tecido fibroso do ligamento periodontal segura firmemente o dente no seu alvéolo. A presença de movimentos nesta articulação significa uma condição patológica.

Articulações cartilaginosas:
Nas articulações cartilaginosas o tecido que se interpõe é a cartilagem. Quando se trata de cartilagem hialina, temos as sincondroses; nas sínfises a cartilagem é fibrosa. Em ambas a mobilidade é reduzida. As sincondroses são raras e o exemplo mais típico é a sincondrose esfeno-occipital que pode ser visualizada na base do crânio. Exemplo de sínfise é a união, no plano mediano, entre as porções púbicas dos ossos do quadril, constituindo a sínfise púbica. Também as articulações que se fazem entre os corpos das vértebras podem ser consideradas como sínfise, uma vez que se interpõe entre eles um disco de fibrocartilagem - o disco intervertebral.

Articulações sinoviais:
A mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície óssea contra outra e isto é impossível quando entre elas interpõe-se um meio de ligação, seja fibroso ou cartilagíneo. Para que haja o grau desejável de movimento, em muitas articulações, o elemento que se interpõe às peças que se articulam é um líquido denominado sinóvia, ou líquido sinovial.
Além da presença deste líquido, as articulações sinoviais possuem três outras características básicas: cartilagem articular, cápsula articular e cavidade articular.
· A cartilagem articular é a cartilagem do tipo hialino que reveste as superfícies em contato numa determinada articulação (superfícies articulares), ou seja, a cartilagem articular é a porção do osso que não foi invadida pela ossificação. Em virtude deste revestimento as superfícies articulares se apresentam lisas, polidas e de cor esbranquiçada. A cartilagem articular é avascular e não possui também inervação. Sua nutrição, portanto, principalmente nas áreas mais centrais, é precária, o que torna a regeneração, em caso de lesões, mais difícil e lenta.
· A cápsula articular é uma membrana conjuntiva que envolve a articulação sinovial como um manguito. Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a membrana sinovial (interna). A primeira é mais resistente e pode estar reforçada, em alguns pontos, por ligamentos , destinados a aumentar sua resistência. Em muitas articulações sinoviais, todavia, existem ligamentos independentes da cápsula articular e em algumas, como na do joelho, aparecem também ligamentos intra-articulares.
· Cavidade articular é o espaço existente entre as superfícies articulares, estando preenchido pelo líquido sinovial.
Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união entre os ossos, mas além disto, impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados normais.
A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular. É abundantemente vascularizada e inervada, sendo encarregada da produção da sinóvia (líquido sinovial), o qual tem consistência similar a clara do ovo e tem por funções lubrificar e nutrir as cartilagens articulares. O volume de líquido sinovial presente em uma articulação é mínimo, somente o suficiente para revestir delgadamente as superfícies articulares e localiza-se na cavidade articular.
Além destas características, que são comuns a todas articulações sinoviais, em várias delas encontram-se formações fibrocartilagíneas, interpostas às superfícies articulares, os discos e meniscos, de função discutida: serviriam à melhor adaptação das superfícies que se articulam (tornando-as congruentes) ou seriam estruturas destinadas a receber violentas pressões, agindo como amortecedores. Meniscos, com sua característica forma de meia lua, são encontrados na articulação do joelho.Discos são encontrados nas articulações esternoclavicular e temporomandibular.

Movimentos das articulações sinoviais:
As articulações fibrosas e cartilagíneas tem um mínimo grau de mobilidade. Assim, a verdadeira mobilidade articular é dada pelas articulações sinoviais. Estes movimentos ocorrem, obrigatoriamente, em torno de um eixo, denominado eixo de movimento. A direção destes eixos é ântero-posterior, látero-lateral e longitudinal. Na análise do movimento realizado, a determinação do eixo de movimento é feita obedecendo a regra, segundo a qual, a direção do eixo de movimento é sempre perpendicular ao plano no qual se realiza o movimento em questão. Assim, todo movimento é realizado em um plano determinado e o seu eixo de movimento é perpendicular àquele plano. Os movimentos executados pelos segmentos do corpo recebem nomes específicos e aqui serão definidos, a seguir, apenas os mais comuns:
· Flexão e extensão são movimentos angulares, ou seja, neles ocorre uma diminuição ou um aumento do ângulo existente entre o segmento que se desloca e aquele que permanece fixo. Quando ocorre a diminuição do ângulo diz-se que há flexão; quando ocorre o aumento, realizou-se a extensão, exceto para o pé. Neste caso, não se usa a expressão extensão do pé: os movimentos são definidos como flexão dorsal e flexão plantar do pé. Os movimentos angulares de flexão e extensão ocorrem em plano sagital e, seguindo a regra, o eixo desses movimentos é látero-lateral.

 

· Adução e abdução que são movimentos nos quais o segmento é deslocado, respectivamente, em direção ao plano mediano ou em direção oposta, isto é, afastando-se dele. Para os dedos prevalece o plano mediano do membro. Os movimentos da adução e abdução desenvolvem-se em plano frontal e seu eixo de movimento é ântero-posterior.




 
· Rotação que é o movimento em que o segmento gira em torno de um eixo longitudinal (vertical). Assim, nos membros, pode-se reconhecer uma rotação medial, quando a face anterior do membro gira em direção ao plano mediano do corpo, e uma rotação lateral, no movimento oposto. A rotação é feita em plano horizontal e o eixo de movimento, perpendicular a este plano é vertical.










· Circundução, é o resultado do movimento combinatório que inclui a adução, extensão, abdução, flexão e rotação. Neste tipo de movimento, a extremidade distal do segmento descreve um círculo e o corpo do segmento, um cone, cujo vértice é representado pela articulação que se movimenta.






Classificação funcional das articulações sinoviais:

O movimento nas articulações depende, essencialmente, da forma das superfícies que entram em contato e dos meios de união que podem limitá-lo. Na dependência destes fatores as articulações podem realizar movimentos em torno de um, dois ou três eixos. Este é o critério adotado para classificá-las funcionalmente. Quando uma articulação realiza movimentos apenas em torno de um eixo, diz-se que é mono-axial ou que possui um só grau de liberdade; será bi-axial a que os realiza em torno de dois eixos (dois graus de liberdade); e tri-axial se eles forem realizados em torno de três eixos (três graus de liberdade). Assim, as articulações que só permitem a flexão e extensão, como a do cotovelo, são mono-axiais; aquelas que realizam extensão, flexão, adução e abdução, como a radio-cárpica (articulação do punho), são bi-axiais; finalmente, as que além de flexão, extensão, abdução e adução, permitem também a rotação, são ditas tri-axiais, cujos exemplos típicos são as articulações do ombro e do quadril.
Classificação morfológica das articulações sinoviais:
O critério de base para a classificação morfológica das articulações sinoviais é a forma das superfícies articulares. Contudo, às vezes é difícil fazer esta correlação. Além disto, existem divergências entre anatomistas quanto não só a classificação de determinadas articulações, mas também quanto à denominação dos tipos. De acordo com a nomenclatura anatômica, os tipos morfológicos de articulações sinoviais são:

· Plana, na qual as superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas, permitindo deslizamento de uma superfície sobre a outra em qualquer direção. A articulação acromioclavicular (entre o acrômio da escápula e a clavícula) é um exemplo. Deslizamento existe em todas as articulações sinoviais mas nas articulações planas ele é discreto, fazendo com que a amplitude do movimento seja bastante reduzida. Entretanto, deve-se ressaltar que pequenos deslizamentos entre vários ossos articulados permitem apreciável variedade e amplitude de movimento. É isto que ocorre, por exemplo, nas articulações entre os ossos curtos do carpo, do tarso e entre os corpos das vértebras.

· Gínglimo, ou dobradiça, sendo que os nomes referem-se muito mais ao movimento (flexão e extensão) que elas realizam do que à forma das superfícies articulares. A articulação do cotovelo é um bom exemplo de gínglimo e a simples observação mostra como a superfície articular do úmero, que entra em contato com a ulna, apresenta-se em forma de carretel. Todavia, as articulações entre as falanges também são do tipo gínglimo e nelas a forma das superfícies articulares não se assemelha a um carretel. Este é um caso concreto em que o critério morfológico não foi rigorosamente obedecido. Realizando apenas flexão e extensão, as articulações sinoviais do tipo gínglimo são mono-axiais.

· Trocóide, na qual, as superfícies articulares são segmentos de cilindro e, por esta razão, cilindróides talvez fosse um termo mais apropriado para designá-las. Estas articulações permitem rotação e seu eixo de movimento, único, é vertical: são mono-axiais. Um exemplo típico é a articulação radio-ulnar proximal (entre o rádio e a ulna) responsável pelos movimentos de pronação e supinação do antebraço. Na pronação ocorre uma rotação medial do rádio e, na supinação, rotação lateral. Na posição de descrição anatômica o antebraço está em supinação.

· Condilar, cujas superfícies articulares são de forma elíptica e elipsóide seria talvez um termo mais adequado. Estas articulações permitem flexão, extensão, abdução e adução, mas não a rotação. Possuem dois eixos de movimento, sendo portanto bi-axiais. A articulação radio-cárpica (ou do punho) é um exemplo. Outros são a articulação temporomandibular e as articulações metacarpofalângicas.

· Selar, na qual a superfície articular de uma peça esquelética tem a forma de sela, apresentando concavidade num sentido e convexidade em outro, e se encaixa numa segunda peça onde convexidade e concavidade apresentam-se no sentido inverso da primeira. A articulação carpo-metacárpica do polegar é exemplo típico. É interessante notar que esta articulação permite flexão, extensão, abdução, adução e rotação (conseqüentemente, também circundução) mas é classificada como bi-axial. O fato é justificado porque a rotação isolada não pode ser realizada ativamente pelo polegar sendo só possível com a combinação dos outros movimentos.

· Esferóide, que apresenta superfícies articulares que são segmentos de esferas e se encaixam em receptáculos ocos. O suporte de uma caneta de mesa, que pode ser movimentado em qualquer direção, é um exemplo não anatômico de uma articulação esferóide. Este tipo de articulação permite movimentos em torno de três eixos, sendo portanto, tri-axial. Assim, a articulação do ombro (entre o úmero e a escápula) e a do quadril (entre o osso do quadril e o fêmur) permitem movimentos de flexão, extensão, adução, abdução, rotação e circundução.

Complexidade de organização:

Quando apenas dois ossos entram em contato numa articulação sinovial diz-se que ela é simples (por exemplo, a articulação do ombro); quando três ou mais ossos participam da articulação ela é denominada composta (a articulação do cotovelo envolve três ossos: úmero, ulna e rádio).

Inervação:


As articulações sinoviais são muito inervadas. Os nervos são derivados dos que suprem a pele adjacente ou os músculos que movem as articulações.
As terminações nervosas sensíveis a dor são numerosas na membrana fibrosa da cápsula e nos ligamentos e são sensíveis ao estiramento e à torção destas estruturas. Contudo, o principal tipo de sensibilidade é a propriocepção.
Das terminações proprioceptoras da cápsula - fusos neurotendinosos - partem impulsos que interpretados no sistema nervoso central informam sobre a posição relativa dos ossos da articulação, do grau e direção de movimento. As vezes, essas informações são inconscientes, e atuam em nível de medula espinhal para controle dos músculos que agem sobre a articulação.
Das terminações proprioceptoras da cápsula - fusos neurotendinosos - partem impulsos que interpretados no sistema nervoso central informam sobre a posição relativa dos ossos da articulação, do grau e direção de movimento. As vezes, essas informações são inconscientes, e atuam em nível de medula espinhal para controle dos músculos que agem sobre a articulação.
Forças Articulares:
Estudos na área desportiva mostram que, durante os movimentos de salto, ocorrem forças que podem superar até vinte vezes o peso corporal do sujeito, com conseqüências potencialmente lesivas para os tecidos envolvidos na distribuição destas forças (Amadio e Duarte, 1996). No ballet clássico já foram mensuradas forças de impacto com o solo da ordem de seis vezes o peso corporal durante a execução de determinados saltos (Sousa et al., 2001). Estes patamares de força são contrastantes com a suavidade e leveza características dos movimentos realizados no ballet clássico. Considerando-se o número de saltos que uma bailarina executa a cada ensaio, a cada apresentação e ao longo de sua carreira, o potencial lesivo sobre as articulações é extremamente relevante.
As lesões do membro inferior são freqüentes em bailarinas, quer sejam de dança moderna, jazz ou ballet clássico (Schneider et al., 1974; Grego et al., 1999). Segundo Garrick (1986) e Liederbach (1985) Simpson et al. (1997a) cerca de 86% das lesões em bailarinos acontecem ao nível da extremidade inferior. Hardaker et al. (1985) afirmam que 64% destas lesões são provocadas por microtraumatismos crônicos de repetição, que determinam o stress típico a que estão sujeitas as estruturas anatômicas no ballet.
Dado que os movimentos no ballet clássico envolvem, na sua maioria, posições articulares e esforços musculares extremos, compreende-se que ocorra um grande desgaste dos tecidos ósseo e ligamentar (Amadio et al., 2000). A elevada amplitude da flexão que se verifica ao nível da articulação do joelho, característica da execução da maioria destes movimentos, os elevados momentos articulares produzidos e a reduzida área de contato da articulação patelo-femoral, induzem nesta articulação elevados gradientes de força que igualmente lhe podem provocar diversas patologias.
Vários fatores influenciam na magnitude das forças articulares, dependendo da atividade em questão. Na dança, alguns estudos apontam uma correlação entre a amplitude de salto e a magnitude das forças intra-articulares, bem como reconhecem a sua importância para o entendimento da etiologia de lesões crônicas e osteoartrites.Outro fator que pode interferir na magnitude destas forças é a interface entre o segmento e o solo. Alguns trabalhos já demonstraram a influência do tipo de calçado nas forças articulares do membro inferior.Isto sugere que no ballet o tipo de sapatilha também pode interferir na magnitude destas forças.
O conhecimento da magnitude destas forças é determinante não apenas para a prevenção de lesões, nomeadamente reconhecendo os exercícios e encadeamentos de superior mobilidade, como também se afigura determinante para a otimização do gesto técnico em ordem à utilização de movimentos coreográficos mais ousados e graciosos.
Complementar ao enfoque cinético (análise das forças), um estudo das energias envolvidas pode ser representativo da técnica empregada durante os movimentos. A transferência de energia entre os músculos e os segmentos pode ser quantificada pelo trabalho mecânico muscular.Desta forma, calcular o trabalho mecânico muscular auxilia na análise da influência da técnica e na compreensão das estratégias individuais utilizadas para absorção e distribuição das forças de impacto.
A avaliação de forças internas é especialmente difícil em seres humanos, na medida em que para sua medição direta seria necessário recorrer a métodos altamente invasivos. Desta forma, a disponibilização de métodos não invasivos, ainda que indiretos, pode constituir uma contribuição relevante para o progresso do conhecimento no domínio em causa. A dinâmica inversa constitui um método que permite a quantificação de forças internas a partir do conhecimento das restantes forças envolvidas, da aceleração e dos parâmetros inerciais dos segmentos corporais (Loss, 2002). Sendo assim, os objetivos do presente estudo são: a) verificar se diferentes tipos de sapatilha interferem na força articular do joelho e no trabalho mecânico muscular no joelho e no tornozelo e b) verificar se diferentes saltos do ballet interferem na força articular do joelho e no trabalho mecânico muscular no joelho e no tornozelo.
Estruturas envolvidas na articulação:

Osso:tecido conjuntivo que forma uma articulação.

Cartilagem hialina:cobertura translúcida que protege as extremidades do osso.

Fibrocartilagem:cartilagem mais resistente que contém propriedades elásticas que permitam a acomodação de forças de pressão,fricção e cisalhamento nas surperfícies articulares,também denominada disco(ou menisco).

Líquido sinovial:líquido transparente e espesso que lubrifica uma articulçao sinovial,promovendo menor atrito ao movimento articular,também ajudando a nutrir as estruturas cartilaginosas.

Ligamento:tecido conjuntivo denso que une um osso a outro,promovendo estabilidade.




Tentão:tecido conjuntivo que une o músculo ao osso e que atua no movimento articular.


Músculo:tecido conjuntivo que se contrai para criar movimento em uma articulação,bem como participa na estabilidade de uma articulação.




Vídeos:
Os Ossos:
















 










 


Seguidores